Ela andava devagar, sentindo o vento gelado bater em seu rosto. Não importava o quanto a tarde estava fria, não importava se o céu anunciava, com enormes e pesadas nuvens negras, uma tempestade horrível. Nada importava naquela tarde. Nada.
Apertou a jaqueta contra o corpo, sentindo que a dor aumentava cada vez mais. Mas precisava fazer aquilo. Ele não entendia, é claro. Mas ela sabia o porque de tudo, sabia que se não fizesse naquele momento não faria jamais.
Teve vontade de correr, fugir de si mesmo, fugir de toda a agonia que a perseguia desde o momento que saíra de casa e se dirigira até o apartamento grande e aconchegante do hotel que ele se hospedava.
Por Deus, por que tinha que ser assim? Teria sido tão fácil se ela não o amasse de verdade. Tão fácil se tudo tivesse sido como ela planejara desde o começo. Nada de sentimento, nada de paixões avassaladoras.
Mas não acontecera assim. Ele era o príncipe, o cara com que toda garota sonha. E ela era apenas uma garotinha confusa e perigosa. Tinha segredos demais. Sofrimento demais.
Ela não esperava que ele a perdoasse tão cedo, era doloroso, ela sabia. Mas ela acreditava que um dia ele entendesse que aquilo não era com ele, era pessoal, entre ela e ela mesmo. Já tinha machucado gente demais, não queria machucá-lo, ele não merecia.
Um dia quem sabe ele entendesse, não? Um dia, quem sabe, ela o encontraria outra vez, e ai sim, poderia explicar tudo. Mas agora não, hoje não.
Continuava andando, não sabia aonde ia, não olhava o caminho. Tudo era apenas um borrão, as pessoas passavam depressa, fugiam da futura chuva. E ela ali, andando em direção ao nada.
Sabia que agora ele deveria estar no avião, a caminho de casa. É, ele iria embora, tinha dito a ela enquanto ela saia pela porta de cabeça baixa, sem derramar uma lágrima sequer.
Parou. Tinha chegado àquela ponte, a mesma ponte da noite em que ele tinha segurado sua mão pequenina e frágil, entre as grandes e protetoras mãos dele, e tinha dito o quanto ela era linda, e dito que não tinha nada pra lhe dar, porque o mais importante dele ela já possuía: o coração e sua alma inteiramente apaixonada.
Encostou-se no corrimão da ponte, e ficou olhando o rio seguir seu curso, calmo apesar da tempestade que se formava acima deles.
Estava tão absorta em suas lembranças, que não ouviu quando alguém se se encostou no corrimão ao seu lado.
Foi quando sentiu os dedos quentes, a pela macia, a presença enorme ao seu lado. Virou-se e deu de cara com ele, olhando absorto para o rio a frente. Disse sem sequer virar o rosto que ele não possuía nada, que tudo de mais importante que ele tinha já era dela: seu coração e sua alma.
Virou-se para ela, beijou suas mãos e sua testa, e disse apenas:
“Precisava segurar sua mão de novo, sem você eu fico fraco, com você eu estou um pouco mais forte. Precisava disso, mesmo que só por esse instante, precisava ficar forte antes de partir. Eu não sei por que você fez isso, mas eu entendo, porque eu sei que você não queria fazer. Eu te amo.”
Olhou nos olhos dela e a beijou, um beijo suave, doce, uma despedida.
“Esqueceu de dizer tchau.”
Sorriu e se afastou dela, virou-se e foi caminhando, voltando para sua “vida normal”, para casa.
Quando já estava quase virando a rua, voltou-se para a garota e sorriu, sorriu todas as tristezas, todas as alegrias, todas as lembranças, toda a esperança de um futuro juntos.
Ela retribuiu o sorriso, e ele finalmente dobrou a esquina.
Então, como o céu prometera a tarde toda, as primeiras gotas de chuva caíram, pesadas, frias, misteriosas. Ela ainda olhava para o ponto em que ele havia parado e sorrido para ela, mas a chuva ficava cada vez mais forte, e ela sabia que não podia ficar tomando uma chuva daquelas.
Olhou mais uma vez para o rio e sorriu, sorriu as lembranças e a esperança de um futuro. Olhou para o céu, e para a chuva que começava a cair cada vez mais forte.
Recomeçou a caminhar, estava voltando para casa também, para a vida de antes, de antes dele. Mas voltava agora como uma nova garota. Uma garota grande.
Derramou uma única e última lagrima do dia, que escorregou no seu rosto e se confundiu as grossas gotas de chuva que caiam sobre as bochechas, rosadas pelo frio.
Uma última lágrima, uma lágrima de garotinha pequena, a despedida de toda uma fase.
Afinal, ela sabia que era grande agora, e grandes garotas não choram.
Ps.: Conto inspirado na música Big Girls don't Cry, postada logo ai embaixo. Se não ficou bom, perdão, eu achei legal!
1 de segredinho:
eitchaaa quando falo que essa menina é "inventora" por d++ uahuahuah
minha empresária..tempos que mudar a situação agora vice... eu serei o empresário uahuahauha
esse conto ta baum por d+++!!
bjaum moça...!!
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