^^ Mais uma de amor...

sábado, 17 de fevereiro de 2007 |




Uma vez mais.

Enfim chegara sexta-feira. Não que ela fosse daquele tipo de pessoa que espera a semana toda para uma farrinha no fim de semana, mas desde segunda estava enfiada naquela rotina infernal, indo da faculdade para o pequeno apartamento em que morava, organizando o que ela acreditava ser o projeto que abriria as portas pro estágio que estava concorrendo.

Eram quase 18:00 horas. Tinha muito tempo antes de ir para casa se arrumar para a festa de aniversário da melhor amiga. Estava muito cansada, mas tinha prometido que iria, afinal, era a melhor amiga. Resolveu andar um pouco pra relaxar e esquecer a semana difícil e trabalhosa que tinha tido.

Andava sem prestar muita atenção a paisagem ao seu redor, com os fones de ouvido escutava sua música preferida, e ia caminhando assim, sem ao menos ver por onde pisava. Seus pés instintivamente levavam-na até seu cantinho preferido ali naquela praça, a área de recreação das crianças.

As vezes ela ia até lá quando saia da faculdade, olhar os pequenos brincando lhe proporcionava uma paz, um aconchego tão grande que ela esquecia da vida corrida e atarefada que tinha. Adorava as crianças, e várias mães já a conheciam, pois sempre que podia ia brincar com os pequenos dentro do parquinho.

E ainda tinha os quiosques, com seus donos simpáticos e conversadores. Bons amigos que ela adquirira naqueles anos em que estava morando sozinha para cursar a universidade.

Era fim de novembro já, dia 25, e aquilo a deixava ainda mais feliz. Novembro e Dezembro eram os meses dos quais ela mais gostava. Tudo parecia adquirir uma imagem romântica com o clima friozinho que se instalava. E tinha ainda as chuvinhas de fim de tarde, que ela gostava tanto de olhar da janela do seu pequeno apartamento.

Estava tão distraída com seus pensamentos que nem notou a pessoa que andava apressada em sua direção, e por isso acabou esbarrando com ela. Teria caído se a pessoa não a tivesse segurado a tempo.

Falou um pequeno obrigado e já ia se retirar quando sentiu o cheirinho parecido com baunilha que há tanto tempo não sentia. Olhou para cima e seus olhos encontram os da pessoa na qual ela tinha esbarrado.

- Você...- Ela disse com uma voz fraquinha, encarando aqueles enormes olhos castanhos que a algum tempo ela tinha conhecido.

- Nossa... Que coincidência heim?- Ele perguntou olhando-a e sorrindo.

Sorrindo, como da primeira vez em que o viu, pensava ela, os mesmos olhos castanhos, o mesmo sorriso enorme e divertido, com pequenas rachaduras nos lábios. O mesmo cheiro de baunilha que por tantas vezes havia aconchegado sua mente perturbada.

- Pois é. – Ele ainda segurava seu ombro, e a pressão dos dedos dele a fazia tremer um pouco. Não era possível que depois de tantos meses sem sequer lembrar-se dele, sua simples presença poderia provocar tal sensação de nervosismo nela.

- E ai, tudo bem? – Ele perguntou sem tirar a mão que a prendia pelo ombro. Talvez tivesse medo que ela fugisse dele, ou talvez não conseguia solta-lá por que não queria nunca mais deixá-la ir.

- Tudo.

Ficaram assim, olhando-se, sem nada dizer, por um bom tempo.

Na cabeça dela passava um filme de tudo que tinham vivido. Fora por muito pouco tempo, ela sabia, mas fora tão intenso. Lembrava-se do dia que o tinha conhecido, do primeiro beijo trocado de madrugada na sala de sua casa, dos dias perfeitos em que estiveram juntos, dos beijos na testa que ele lhe dava, do seu abraço acolhedor, do seu jeito protetor. Do modo como ele tinha terminado tudo.

Então ele quebrou o silêncio, precisava conversar com ela, era a primeira vez que ele a via desde o dia em que tinham terminado. Havia tanto a dizer e ele não sabia nem por onde começar.

- Então... – Não sabia o que dizer, por onde começar, nem sabia se ela o ouviria. - Você está com pressa? Por que eu pensei se você não gostaria de tomar um refrigerante comigo, ai a gente poderia conversar sabe, colocar os assuntos em dia... - Falou muito rápido, nervoso, com medo que ela respondesse que não, que não queria falar com ele nem que ele fosse a última pessoa viva no mundo.

- Pode ser... – Ela se viu respondendo, talvez fosse o fato de estar com vontade mesmo de tomar um refrigerante, ou o fato da pressão dos dedos dele em seu ombro sufocarem seus pensamentos, ou o cheiro dele, que lembrava a baunilha, a entorpecer, ou talvez fosse mesmo a vontade de estar com ele mais uma vez.

Ele comprou o refrigerante e sentaram-se em um banquinho da praça em frente ao parquinho, onde as crianças brincavam e gritavam cheias de alegria.

Ficaram um tempo sem dizer nada, só olhando as crianças e bebendo o refrigerante.

- Você me amava? – Ele quebrou o silêncio, perguntando, mas sem olhá-la, como se tivesse medo da resposta.

- O que?

- É, isso mesmo que você ouviu, você me amava? Porque eu te amava, mais que minha própria vida até. – Ele virou-se para ela agora, esperando uma resposta que talvez nunca viria.

- Amava sim... Tanto que as vezes chegava a doer. – Ela olhava para baixo agora, como se doesse falar aquilo. Olhou para ele e encarou aqueles olhos castanhos, que pareciam um pouco tristes. – Se você me amava como diz, por que me deixou?

- Por medo. Eu tinha medo de amar você, de acabar me tornando só um bobo apaixonado. Você, apesar do pouco tempo que ficamos juntos, me inspirava a mudar, a criar mais responsabilidade, a escolher um futuro que não era o que eu sempre tinha imaginado que faria. O que eu sentia por você estava me fazendo mudar. E eu tive medo. Eu tive tanto medo.

De novo o silêncio tomou conta do lugar. Um silêncio pesado, constrangedor.

Ele foi se aproximando dela, cuidadosamente para que ela não se assustasse, deitou sua cabeça no ombro dela, como na primeira vez em que tinham se beijado. Entrelaçou suas mãos nas dela e as beijou delicadamente.

- Eu nunca deixei de te amar. Nem por um minuto, nem por um segundo nesses 6 meses que estivemos separados. Eu nunca fiquei com ninguém depois de você, eu simplesmente não conseguia te esquecer.

Ela virou seu rosto e viu os olhos dele a encarando, cheios de expectativa. Ela podia ouvir seu coração bater descompassado e pequenas gotinhas de suor em sua testa.

- Eu te amo também. Eu sempre te amei.

E como da primeira vez, ele segurou na nuca dela e a trouxe mais pra perto de si. Seus lábios tocaram o dela com delicadeza, com medo de espantá-la, mas ela correspondeu. E como da primeira vez, trocaram um beijo nervoso, mas ao mesmo tempo suave, doce, mas ao mesmo tempo quente. Um beijo que dizia por si só a saudade que estavam um do outro.

E de novo eram um só, com seus corações batendo juntos, a mesma batida ligeira e feliz. Agitados, por serem de novo, um do outro.



Ps.: Conto q escrevi hoje... Na verdade ele jah vinha se mostrando há alguns dias na minah cabeça.... Um dia eu imaginei o reencontro, depois veio na minha cabeça as palavras que eles diriam, e depois o lugar.... Achei muito bunitinho..^^

Fiquem a vontade para comentar.

Ps.2: Afff, essa minha mudança tá demorando demais.... Talvez quando eu mudar fique uns tempos sem postar, sem net...mas não muito tempo!

Como começam as conversas.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007 |


E ela estava conversando com um amigo
E começaram a conversa como sempre:
- E ai, tudo bom?
- Tudo...Por que as nossas conversas sempre começam assim?
- Ora, toda conversa começa assim, com um "Oi, tudo bom?"
- Nem é, tem gente que fala "Como vai a família?", "Como tem passado?", " As coisas estão indo como você esperava?"
- É, tem gente que começa de outros jeitos. Mas não é tão comum.
- É, mas e ai, o que conta de novo?

E a conversa continuou.
Mas no mais profundo dela, junto com todos seu segredos d'alma, ela pensava em jeitos novos de começar uma conversa.
Poderia começar perguntando assim: "Oi, hoje você está se sentindo como se estivesse comido chocolate junto com a melhor amiga enquanto partilhavam dos melhores segredos?", ou poderia perguntar assim também "Oi, seu dia hoje foi como uma tarde de Novembro ou Dezembro, em que tudo parece quente e frio, romântico e solitário, esperançoso e preguiçoso, tudo ao mesmo tempo?"
Mas ai seria exagero, poético demais para ela.
Se bem que ultimamente ela andava pensando demais em poesia...


Obs.: Com a licença do Rafael, com quem tive uma conversa dessas...^^