Grandes garotas não choram.

sábado, 31 de março de 2007 |


Ela andava devagar, sentindo o vento gelado bater em seu rosto. Não importava o quanto a tarde estava fria, não importava se o céu anunciava, com enormes e pesadas nuvens negras, uma tempestade horrível. Nada importava naquela tarde. Nada.

Apertou a jaqueta contra o corpo, sentindo que a dor aumentava cada vez mais. Mas precisava fazer aquilo. Ele não entendia, é claro. Mas ela sabia o porque de tudo, sabia que se não fizesse naquele momento não faria jamais.

Teve vontade de correr, fugir de si mesmo, fugir de toda a agonia que a perseguia desde o momento que saíra de casa e se dirigira até o apartamento grande e aconchegante do hotel que ele se hospedava.

Por Deus, por que tinha que ser assim? Teria sido tão fácil se ela não o amasse de verdade. Tão fácil se tudo tivesse sido como ela planejara desde o começo. Nada de sentimento, nada de paixões avassaladoras.

Mas não acontecera assim. Ele era o príncipe, o cara com que toda garota sonha. E ela era apenas uma garotinha confusa e perigosa. Tinha segredos demais. Sofrimento demais.

Ela não esperava que ele a perdoasse tão cedo, era doloroso, ela sabia. Mas ela acreditava que um dia ele entendesse que aquilo não era com ele, era pessoal, entre ela e ela mesmo. Já tinha machucado gente demais, não queria machucá-lo, ele não merecia.

Um dia quem sabe ele entendesse, não? Um dia, quem sabe, ela o encontraria outra vez, e ai sim, poderia explicar tudo. Mas agora não, hoje não.

Continuava andando, não sabia aonde ia, não olhava o caminho. Tudo era apenas um borrão, as pessoas passavam depressa, fugiam da futura chuva. E ela ali, andando em direção ao nada.

Sabia que agora ele deveria estar no avião, a caminho de casa. É, ele iria embora, tinha dito a ela enquanto ela saia pela porta de cabeça baixa, sem derramar uma lágrima sequer.

Parou. Tinha chegado àquela ponte, a mesma ponte da noite em que ele tinha segurado sua mão pequenina e frágil, entre as grandes e protetoras mãos dele, e tinha dito o quanto ela era linda, e dito que não tinha nada pra lhe dar, porque o mais importante dele ela já possuía: o coração e sua alma inteiramente apaixonada.

Encostou-se no corrimão da ponte, e ficou olhando o rio seguir seu curso, calmo apesar da tempestade que se formava acima deles.

Estava tão absorta em suas lembranças, que não ouviu quando alguém se se encostou no corrimão ao seu lado.

Foi quando sentiu os dedos quentes, a pela macia, a presença enorme ao seu lado. Virou-se e deu de cara com ele, olhando absorto para o rio a frente. Disse sem sequer virar o rosto que ele não possuía nada, que tudo de mais importante que ele tinha já era dela: seu coração e sua alma.

Virou-se para ela, beijou suas mãos e sua testa, e disse apenas:

“Precisava segurar sua mão de novo, sem você eu fico fraco, com você eu estou um pouco mais forte. Precisava disso, mesmo que só por esse instante, precisava ficar forte antes de partir. Eu não sei por que você fez isso, mas eu entendo, porque eu sei que você não queria fazer. Eu te amo.”

Olhou nos olhos dela e a beijou, um beijo suave, doce, uma despedida.

“Esqueceu de dizer tchau.”

Sorriu e se afastou dela, virou-se e foi caminhando, voltando para sua “vida normal”, para casa.

Quando já estava quase virando a rua, voltou-se para a garota e sorriu, sorriu todas as tristezas, todas as alegrias, todas as lembranças, toda a esperança de um futuro juntos.

Ela retribuiu o sorriso, e ele finalmente dobrou a esquina.

Então, como o céu prometera a tarde toda, as primeiras gotas de chuva caíram, pesadas, frias, misteriosas. Ela ainda olhava para o ponto em que ele havia parado e sorrido para ela, mas a chuva ficava cada vez mais forte, e ela sabia que não podia ficar tomando uma chuva daquelas.

Olhou mais uma vez para o rio e sorriu, sorriu as lembranças e a esperança de um futuro. Olhou para o céu, e para a chuva que começava a cair cada vez mais forte.

Recomeçou a caminhar, estava voltando para casa também, para a vida de antes, de antes dele. Mas voltava agora como uma nova garota. Uma garota grande.

Derramou uma única e última lagrima do dia, que escorregou no seu rosto e se confundiu as grossas gotas de chuva que caiam sobre as bochechas, rosadas pelo frio.

Uma última lágrima, uma lágrima de garotinha pequena, a despedida de toda uma fase.

Afinal, ela sabia que era grande agora, e grandes garotas não choram.


Ps.: Conto inspirado na música Big Girls don't Cry, postada logo ai embaixo. Se não ficou bom, perdão, eu achei legal!

Ah mas me diga, quer for capaz, do que as lembranças são feitas?

domingo, 25 de março de 2007 |



Ah mas me diga, quem for capaz, do que as lembranças são feitas?

Muitos dirão que são feitas de momentos importantes da vida da gente. Outros dirão que são informações guardadas em nosso cérebro.


Mas quer saber do que eu acho que são feitas as lembranças? São feitas de sonhos.


Isso mesmo, de sonhos. Porque, se a gente pensar bem, todas as coisas das quais nós lembramos são coisas que um dia foram fantasiadas por nossos corações, nossas mentes inquietas.


Quem não se lembra do 1º beijo? Antes dele, você fantasiava muito como seria, que sabor teria, e, principalmente, com quem seria. Tem muita gente que chegava até a ensaiar no espelho! (Claro que esse não é meu caso gente.)


E quando você ganhou aquele presente maravilhoso de Natal? Você esperava por ele com todas as suas forças, não?


E a primeira vez que você se apaixonou? Garanto que você (principalmente as meninas) ficava horas e mais horas assistindo daqueles filminhos água com açúcar sonhando com seu primeiro amor, seu primeiro princípe encantado. Digo primeiro príncipe encantado porque sempre pensamos que eles são príncipes, ai Bufff, o cara vira o sapo mais gostemento do mundo.

E esses momentos são momentos que guardamos até hoje em nossas mentes, ou até mesmo em nossas agendas, caixinhas de recordações, ou sei lá mais o que que as pessoas tem.

É claro que tem aqueles momentos ruins que acontecem e você nunca esquece, que, vamos respeitar, não são sonhos propriamente ditos, porque, fala sério, ninguém sonharia que o primeiro beijo seria uma catastrofe, nem que o princípe viraria um sapo, nem que sua avó morreria, nem que você tiraria uma bomba em Química.
Mas vai dizer que você nunca tinha pensando nessas possibilidades?

De certo modo, as lembranças ruins são sonhos também. Mas sonhos ruins, pesadelos até. E também tem o fato da gente sonhar que essas coisas nunca mais aconteçam não é?


Mas eu concordo com o que muitos dirão, que as lembranças são feitas de grandes momentos da vida, momentos importantes, que marcam passagens pelas diversas fases que temos.

Mas continuo dizendo que são sonhos, ou vai me dizer que quando um sonho, por pior que ele seja, se torna realidade, não é um momento importante?


Ps.: Porque sábado eu fui obrigada a lembrar, o cheiro, os rostos, tudo me fez lembrar, de um sonho, de um pesadelo. De um principe-sapo gosmento. E porque eu tava memso querendo escrever alguma coisa sobre as lembranças.

Ps2.: Afff, duas provas amanhã, Filosofia e Física, ninguém merece!!! Além disso, tem uam bendita gripe querendo me pegar, eu mereço mesmo!

Ps3.: Aiii sertanejo baum demaissssss!!!!! Ouvindo Jorge e Mateus enquanto escrevo isso aki. Se eu fosse vocês, arrumava um jeitinho de ouvir algumas musiquinhas deles....^^

Porque , as vezes, se faz necessário ir embora...

sexta-feira, 16 de março de 2007 |


Big Girls Don't Cry

Grandes garotas não choram.

da da da da...

O cheiro da sua pele persiste em mim agora
Você provavelmente está no seu vôo voltando pra sua cidade
Eu preciso de algum abrigo pra minha própria proteção, baby
Estar comigo mesma no centro, claridade, paz, serenidade...

Eu espero que você saiba, eu espero que você saiba
Que isso não tem nada a ver com você
Isso é pessoal, sobre mim mesma e eu
Sempre temos algumas coisas a ajeitar
E eu sentirei sua falta como uma criança sente de seu cobertor
Mas eu tenho que ir adiante com a minha vida
É hora de ser uma garota grande agora
E garotas grandes não choram
Não choram, não choram, não choram

Pelo caminho que estou seguindo, eu devo seguir sozinha
Devo engatinhar até ter crescido finalmente
Contos de fada nem sempre têm finais felizes
E eu só encontrarei a escuridão se ficar.

Eu espero que você saiba, eu espero que você saiba
Que isso não tem nada a ver com você
Isso é pessoal, sobre mim mesma e eu
Sempre temos algumas coisas a ajeitar
E eu sentirei sua falta como uma criança sente de seu cobertor
Mas eu tenho que ir adiante com a minha vida
É hora de ser uma garota grande agora
E garotas grandes não choram

Como coleguinhas de escola na hora do intervalo
Nós jogaremos cartas e trocaremos figurinhas
Eu serei sua melhor amiga
E você será o meu amor
Sim, você pode segurar minha mão se quiser
Porque quero segurar a sua também
Nós seremos parceiros e namorados e dividiremos nossos maiores segredos
Mas está na hora de eu ir pra casa
Está ficando tarde, está escuro lá fora
E eu preciso estar comigo mesma no centro, claridade, paz, serenidade...

Eu espero que você saiba, eu espero que você saiba
Que isso não tem nada a ver com você
Isso é pessoal, sobre mim mesma e eu
Sempre temos algumas coisas a ajeitar
E eu sentirei sua falta como uma criança sente de seu cobertor
Mas eu tenho que ir adiante com a minha vida
É hora de ser uma garota grande agora
E garotas grandes não choram
Não choram, não choram, não choram

da da da da da da...

Ps.: Sei que esse blog deveria ser para as coisas que eu escrevo, mas as vezes se faz necessário repetir o que não são palavras minhas. E porque, as vezes, é preciso ir embora, mesmo ficando, é preciso ir embora.Eu só tenho que ir embora de lembranças que me ferem.

Ps2.: Fiquei uns dias sem net, portanto dias sem postar...mas gora voltei a rotina normal, vou procurar escrever algo pra colocar aqui...^^